A situação de Monte Real e Carvide, a par de uma aproximação das praias de Vieira de Leiria, Pedrógão e S. Pedro de Moel, de importantes centros históricos como Alcobaça, Batalha, e Leiria, do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, fazendo fronteira com o histórico Pinhal de Leiria tornam-na um lugar impar no centro de uma região turística plena de atractivos.
O Rio Lis, ainda navegável na Idade Média corre, imediatamente, a Nascente e a Norte, foi e continua a ser também um factor de desenvolvimento para Monte Real e para as povoações ribeirinhas.
Monte Real e Carvide são lugares de características urbanas com alguns espaços de cariz rural. Envolvidas por todos os lados de uma densa mata de pinheiros e eucaliptos, é recomendada pela pureza do ar, a bondade das águas e a amenidade quase inalterável da temperatura. Os arredores são encantadores e do alto das termas obtem-se uma soberba vista sobre os cabeços dolomíticos de Monte Real e Monte Redondo, dos quais os separa o campo da Salgada, coberto de juncais e banhado a meia distância pelo Lis.
A estância termal remonta à ocupação romana em Portugal. É tradicional atribuir-se à Rainha Santa a cura de doentes, mas só em 1806 o Bispo de Leiria D. Manuel Aguiar mandou captar o manancial hidrológico e construir um balneário. Possui as águas mais sulfatadas cálcicas da Península, classificando-se como frias, mesosalinas, sulfidricas cálcicas e magnésicas, cloretadas e bicarbonatadas mistas.
Contêm elementos raros de valor e, em quantidades ponderáveis tais como iodo, bromo, flúor, arsénio e outros. São águas muito puras, isentas de contaminação.
As características hidrológicas desta estância termal, aliada à vasta mancha florestal que a rodeia e à qualidade hoteleira, com uma gastronomia saudável, tornaram-na uma das mais procuradas da Península Ibérica.
Do património ressalta o pelourinho, datado de 1573, assente num pódio de três degaus e brasonado junto ao remate, a ermida de S. Martinho contendo uma escultura de pedra, figurando o santo venerado, policromada, de finais do século XVI, com meio metro de altura e muito interessante pelo seu arcaísmo, o Paço Real, de cujo primitivo edifício subsistem alguns paramentos, onde se rasgam dois arcos góticos, um dos quais gabletado, a Igreja Matriz de Monte Real, a Igreja Matriz de Carvide, capela de S. João Baptista (antiga igreja paroquial), Capela da Rainha Santa Isabel, capela da Imaculada Conceição e Capela dos Moinhos.
A VISITAR:
• Igreja paroquial de Carvide
• Igreja paroquial de Monte Real
• Capela das Clarissas
• Capela de Santa Rita de Cássia
• Capela de São João Baptista
• Capela de Serra de Porto Urso
• Capela dos Moinhos
• Casa da Câmara de Monte Real
• Fonte da Rainha Santa
• Paços Reais e Capela da Rainha Santa Isabel
• Pelourinho de Monte Real
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ROTEIRO ZONA HISTÓRICA
No alto da colina dolomítica (parte mais antiga de Monte Real) encontramos, ao lado das ruínas dos paços reais, atribuídos à Rainha Santa Isabel, uma capela mandada construir pelo bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia, na primeira metade do século XVII, para impedir que o Duque de Caminha ali construísse um palácio, destruindo o paço real. Daqui pode-se desfrutar uma vista soberba de vários quilómetros do vale do Lis para montante e para jusante, assim como várias povoações.
Ainda na parte antiga de Monte Real podemos encontrar a Capela de S. João Baptista (antiga Igreja Matriz). Foi incendiada pelos franceses durante as invasões, sendo depois reconstruída. Em 1928 desmoronou, apenas ficando de pé o campanário que data de 1723, tendo voltado a ser reconstruída a capela.
Na parte antiga, também, podemos encontrar um pelourinho (único no Concelho) datado de 1573. Constituído por uma coluna de fuste cilíndrico com base quadrada, assente em três degraus circulares. Por trás deste pelourinho encontra-se a Casa da Câmara (Domus Municipalis ou Paços do Concelho). Incendiada durante as invasões francesas, foi adquirida pela Câmara Municipal de Leiria em 1834. Serviu também de cadeia.
Localizada na vertente oriental desta colina dolomítica no caminho do rio, fica uma pequena nascente conhecida pela Fonte da Rainha Santa. Pelo facto da Rainha ali ter ido beber varias vezes, a tradição diz que é milagrosa. Era muito procurada pelas mães que não tinham leite para amamentar os seus filhos.
Monte Real tem sido fértil no aparecimento de antiguidades pre-históricas, que fazem recuar o seu povoamento aos tempos neolíticos. Em 1864 apareceram 50 caveiras numa gruta situada no lugar da Mata (continuação da colina dolomítica), tendo sido, na altura, atribuídas a vítimas da invasão francesa, contudo, estudos posteriores atribuíram essas ossadas ao período neolítico.
De uma anta de Monte Real foi retirado, para o Museu de Belém um machado de basalto, uma faca de sílex e um chapão de ardósia. Nas proximidades foi encontrado outro machado de basalto que também foi levado para o referido museu. Da época romana têm aparecido moedas, alguns cipos e uma árula com a seguinte legenda: F. S. FRONT NIVSA VITVS ALS. Esta lápide está relacionada com as águas medicinais.
É esta terra e este povo que o convidamos a conhecer nesta visita guiada pela União de freguesias de Monte Real e Carvide.
Na região são conhecidos os torresmos e as morcelas de arroz e sangue, cuja tradição é centenária. Como pratos típicos temos arroz de grelos, o bacalhau assado com batata a murro, favas guisadas com chouriço, espetadas terra e mar, cozido à portuguesa e galo de cabidela.
A região não é rica em vinhos mas existe a tradição da água-pé por ocasião do São Martinho sendo os magustos regados com a mesma.
DOCES REGIONAIS
• Bolos de arroz
• Brisas do Lis
• Canudos de Leiria
• Compota de Uvas
• Delícias do Frei João